Papudiskina - 10 de abril de 2009

Justiça Autoriza aborto - qual será a resposta do Clero?
O Tribunal de Justiça de Goiás autorizou médicos a realizarem procedimento abortivo em uma mulher grávida depois que ela provou que levar adiante tal gravidez poderia resultar em sérias consequências. Ela está gerando um feto portador de síndrome de Kantrell, anomalia que impede a vida fora do útero. O pedido foi formulado pela gestante, que juntou exames e laudos que comprovam que seu filho sofre de um fechamento de parede abdominal. Reconhecendo que não existe previsão legal para o aborto nesse tipo de caso, o juiz ponderou que está em evolução o pensamento jurídico para determinadas situações, caracterizadas como aborto eugenésico, ou seja, aquele feito quando há sério ou grave perigo de vida para o feto. Diante de mais essa situação, fico curioso para saber se o bispo de Olinda e Recife, que de forma irresponsável e inconsequente expediu "bula" determinando a excomunhão de médicos e mãe de menina de 09 anos grávida do padrasto em razão dessas pessoas terem consentido no procedimento. A Igreja católica não deveria manter essa chavão de que proibir o aborto, seja em que circunstâncias forem, é defender a vida mas sem levar em conta a vida da própria genitora. Abortar nem sempre representa morte. Há casos em que defender o aborto é defender a vida. Devemos defender a vida com todo o vigor de nossas convicções e o aborto sem um laudo médico que ateste sua extrema necessidade é algo condenável. Como cristão e como jornalista, sou CONTRA o ABORTO, mas também sou a favor de que se abra exceções quando estivermos tratando de casos excepcionalmente diverso do curso natural, como é o caso de gravidez em crianças cuja anatomia biológica ainda não a habilite a gerar outro ser em seu ventre e igualmente em condições como essa de Goiânia quando for possível provar com laudos médicos que o feto não terá condições de vida plena após o nascimento. Digo vida plena porque também sou a favor de aborto quando se provar, clinicamente, que a criança, após o nascimento, mesmo que sobreviva, irá apenas vegetar. Exemplo: terá de se alimentar, ingerir água, respirar e expelir os dejetos alimentares através de sondas. Enfim, embora a maioria absoluta das crianças que nascem têm plenas condições de uma vida digna, mesmo em casos de deficiências físicas, há um percentual muito pequeno de gestações cujos bebês, se nascerem vivos, não terão a menor condição de viver sem a intervenção permanente de recursos tecnológicos. É para essa fração ínfima de casos que defendo o direito ao aborto. Não podemos, em nome da religião, sermos insensíveis como esse bispo católico de Olinda e Recife que preferia a morte de uma menina de 09 anos, com pouco mais de 1 metro e 30 cm de altura, em troca da improvável vida de um bebê, que mesmo nascendo com vida, provavelmente traria sequelas em razão de ter sido gerado em um minúsculo útero que não lhe permitiu desenvolver-se plenamente.

Vergonha da política brasileira
Os fatos recentes envolvendo o Congresso Nacional expõe o nosso país ao ridículo perante a comunidade de nações. Enquanto milhões de pessoas estão apreensivas por terem perdido seus empregos ou estarem em vias de perderem-no por conta dessa grave crise internacional, senadores e deputados usam dinheiro público em uma farra inconsequente e plural. A filha do senador Tião Viana, por exemplo, teria gerado a despesa de 13 mil reais em conta de celular cedido pelo pai e, portanto, paga com dinheiro do povo. Revoltantes ainda são os casos de servidores fantasmas que recebem do Legislativo para atuarem como empregados particulares de parlamentares, as horas extras pagas durante o recesso legislativo, os desvios de verbas públicas para a construção de Castelo de fazer inveja a reis, rainhas e prícipes de países onde ainda existem monarquias, etc.

O mais grave é a hipocrisia de alguns parlamentares aqui de Rondônia que ao serem questionados sobre sua clara demonstração de desídia e falta de empenho em seu cargo usam uma justificativa hipócrita, covarde e insensata de que estão PAGANDO para TRABALHAR. Há uns 15 dias atrás conversei com um certo deputado de Porto Velho que teve boa votação em todo o Estado e quis saber a razão dele não visitar Cacoal, que é uma cidade importantíssima no contexto estadual e ele, em alto e bom som, disse que não está mais nem aí para a Política e que não quer nem saber de disputar novas eleições para o parlamento de Rondônia. Ou seja, em outras palavras, é como se esse deputado estivesse dizendo, no jargão popular: "eu quero que todos vocês, eleitores, vão se danar".

Eu, quando vejo um político dizer que está pagando para trabalhar, seja como vereador, prefeito ou deputado, tenho vontade de dizer ao dito cujo: "meu chapa, larga de ser sem-vergonha e deixe de ser cara-de-pau. Se você está insatisfeito para o cargo que o povo lhe deu, vá ao plenário, exponha seus motivos e convoque imediatamente seu suplente".

Esses ditos cujos pensam que somos todos idiotas. Todo mundo sabe que temos políticos que gastam até bem mais do que vão ganhar durante 04 anos de mandato. Logo, se tem esse empenho tão grande para se conquistar um mandato não dá para entender esses HIPÓCRITAS que andam dizendo que estão "com falta de tesão" para exercer o mandato. Se você é político e quer dizer que está pagando para trabalhar, vá contar isso pra sua família, meu chapa!. Mas se disser isso pra mim, o escriba de Papudiskina, vai arriscar-se a ser convocado para um desafio. O próximo político que me disser que está arrependido e que está pagando para trabalhar vai correr o risco de eu mandar publicar uma nota em toda a impensa do estado sugerindo ao seu suplente que se apresente para assumir a vaga desse dito cujo. Aí quero ver se, na frente do suplente, ele vai confirmar que realmente não está a fim do mandato. Eu conheço pelo menos uns três deputados de Rondônia que ajem como se o mandato lhes fosse um fardo pesado demais para ser carregado. Outros, são tão indiferentes, que mesmo tendo votos de Cacoal agem como se não conhecessem o nosso município.

CERNIC e ABISAI
Os trabalhos desenvolvidos em nosso município por ABISAI e pelo CERNIC merecem os elogios de toda a população. Não apenas isso, mas a contribuição de cada um de nós. Há muitas pessoas que já estão fazendo sua parte ao doar de 1 a 3 reais, via conta de água e esse valor que individualmente parece insignificante, coletivamente representa uma bênção para essas entidades. Mas ao mesmo tempo me bate uma tristeza ao perceber que diariamente aparecem algumas pessoas, insensíveis à solidariedade social, que vão ao SAAE e pedem para que retirem a doação que consta de seus nomes. Gente, mesmo quem não tem filhos matriculados no CERNIC ou internados no Centro de Recuperação ABISAI, deve entender que após a morte não vamos poder levar nada conosco a não ser as nossas boas ações. O próprio Jesus, fundador do cristianismo, nos ensinou que não devíamos juntar tesouros na terra onde a traça e o cupim possa destruí-los. Se você pratica o bem, pode desfrutar das coisas boas da vida, tomar a sua cerveja ou o seu refrigerante aos fins de semana ciente de que Deus te abençoou com a prosperidade, mas consciente também de que não é um egoísta que só pensa em si. Agora aqueles que não abrem a mão para contribuir com o próximo estão convidados a uma séria reflexão, principalmente nos momentos em que estiver reunidos em mesas de bares torrando parte do que ganha com bebidas ou cigarros. Então, amigo, se você gosta de beber socialmente ou mesmo tem o hábito de fumar, ninguém tem nada para recriminá-lo, pois a vida é sua. Eu não fumo e nem aconselho ninguém a fumar, mas aqueles que fumam, eu sugiro que reduzam o número de maços de cigarro por mês e doe parte do que economizar com essa decisão para entidades que tão tudo de si para que a vida do próximo seja abençoada. Especialmente em relação ao cigarro, eu peço permissão para um trocadilho e desde já peço perdão aos fumantes por essa frase que possa ser considerada de mal gosto por alguns. Mas vou citá-la apenas com a finalidade de uma reflexão: "Transforme a MALDIÇÃO (do cigarro) em BENÇÃO para o seu próximo. Ajude entidades como o CERNIC e a ABISAI e você vai ver um turbilhão de bênção e prosperidade sobre sua família! Deus abençoe a todos vocês que com um gesto simples e voluntário demonstram sua gratidão por tudo que têm ao abençoar ao seu irmão através de sua alma generosa.

Pra que serve a SEMAST?
Não entendam como crítica porque admiro o bom trabalho feito pela SEMAST, porém estou revoltado com a falta de uma casa de apoio àquelas pessoas que, por sofrerem de doenças mentais ou distúrbios psicológicos ou compulsão por bebidas ou drogas, ficam jogadas nas calçadas com um sol em suas moleiras sob o risco de morrerem de convulsão e desidratação aguda. Eu sei que a solidariedade social deve ser praticada por cada um de nós, mas é difícil para uma pessoa, individualmente, recolher um desconhecido nas ruas e levar para as suas casas. Esse compromisso deveria ser da SEMAST que, se não tem, deveria ter uma estrutura adequada para acolher esses seres humanos, pelo menos até localizar seus familiares. Eu não consigo suportar o fato de saber que em nossa cidade não existe um acolhimento a essas pessoas. É obrigação do poder público ter uma viatura para recolher tais pessoas, além de promover uma intensa campanha para que populares liguem para a entidade e convoque socorro sempre que houver alguém com sintoma de doenças mentais ou de embriaguês jogado em calçadas ou no meio do asfalto. Nesta quarta-feira eu vinha do trabalho e me deparei com um senhor totalmente enxarcado de suor e deitado em pleno sol de meio dia, sem nenhum tipo de sombra ou proteção e temi muito pela vida daquele cidadão. Fiquei na dúvida a respeito de quem eu deveria chamar. Eu sei que Cacoal não é o único município do país onde o Poder Público não tem ainda estrutura para atender a essas pessoas. Talvez isso é culpa do preconceito que teimamos em carregar em nosso interior de considerarmos que todos os indigentes, doentes mentais e bêbados estão assim, na verdade, por serem VAGABUNDOS. Enfim, para concluir meu Papudiskina de hoje, um alerta à SEMAST: vou descobrir o telefone da Secretária e de seus assessores, mesmo que seja um telefone particular, e a próxima vez que eu ver alguém em condição análoga ao caso que citei acima vou chamá-los. Não é porque no país inteiro a maioria das cidades trata os indigentes e os doentes mentais como LIXO DESCARTÁVEL que vou concordar com isso. Deus ilumine o coração de nossa secretária e de todos os membros da SEMAST. Ah, se eu estiver errado, também aceito críticas e posso pedir desculpas. Meu email é daniel@portalrondonia.com.br

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Clarim da Amazônia