Glaucoma deixará 8,4 milhões cegos em 2010

No Brasil, chega a quase um milhão o volume de portadores de glaucoma. A maioria não sabe que possui a doença. E o glaucoma não tem cura, tem controle, adverte a especialista do HOB. Dentro de um mês, dia 26 de maio é dia nacional de prevenção à doença.

Brasília, 27/4/2009 - De acordo com o último relatório do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o glaucoma será responsável pela perda de visão de 8,4 milhões de pessoas no mundo até 2010. No Brasil, a estimativa é de que existam 985 mil portadores desta neuropatia, atualmente, sendo que 635 mil sequer sabem que possuem a doença. “O glaucoma é uma enfermidade silenciosa, não apresenta sintomas e avança lentamente até destruir o nervo óptico e provocar a perda parcial ou total da visão”, alerta a oftalmologista Hanna Flávia Gomes, especialista em glaucoma do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

A questão é tratada pelos órgãos de saúde pública como um desafio epidemiológico mundial. No Brasil, por exemplo, há duas datas destacadas para chamar a atenção ao problema. O dia 12 de março, que é a data definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate ao glaucoma e o dia 26 de maio, que é a data nacional de prevenir o problema.

Irreversível - O glaucoma ou neuropatia óptica glaucomatosa é causado por um dano no nervo óptico provocado, muitas vezes, pelo aumento da pressão nos globos oculares. "Mas a alta pressão intra-ocular não é fator definitivo para a doença, não é o único fator de risco. Muitos pacientes com pressão dos olhos em níveis regulares apresentam glaucoma”, comenta Hanna.

Segunda maior causa conhecida de cegueira no mundo, o glaucoma é responsável por 12,3% dos casos de perda de visão em adultos, atrás apenas da catarata (47,8%), que é reversível. Quando se trata de cegueira irreversível, o glaucoma é a maior causa.

Conforme o CBO, a prevalência do glaucoma aumenta com a idade. É estimada entre 1% a 2% na população de forma geral, chegando a 6% a 7% após os 70 anos de idade.

Sintomas - Muitos pacientes só descobrem-se portadores do glaucoma com a visão já comprometida. A visita ao oftalmologista somente é marcada quando o olho apresenta dor, ardência ou coceira. Com o glaucoma isso não acontece. “O único sinal, quase imperceptível pelo paciente no início da manifestação da doença, é a perda da visão periférica. E, em fases mais avançadas, a sensação de enxergar através de um tubo – ‘visão tubular’”, esclarece a médica.

Diagnóstico – Os exames básicos realizados para a detecção do glaucoma, segundo a especialista do HOB, são: a medida da pressão intra-ocular, fundo de olho, campimetria (avalia o campo visual), a paquimetria (mede a espessura da córnea), gonioscopia ( avalia o tipo do ângulo) e fotos do nervo óptico.

Risco – A prevalência do glaucoma aumenta com a idade, sendo associada a outros fatores de risco. Segundo dados do relatório da CBO, a hereditariedade confere aos parentes de primeiro grau de pacientes com glaucoma, dez vezes mais chances de desenvolver a neuropatia. “Pessoas com idade acima de 40 anos, portadoras de diabetes, míopes, usuários de esteróides corticóides, hipertensos, que já sofreram algum trauma ocular estão dentro do grupo de risco. No entanto, o fator hereditariedade, pessoas que apresentam pressão intra-ocular elevada e também aquelas pertencentes à raça negra mostram-se mais propensas à doença”, diz a médica.

O glaucoma não tem cura, tem controle, adverte Hanna. Esperar pelos sintomas da lesão visual não é o procedimento ideal. A perda de visão causada pelo glaucoma é irreversível, mas pode ser prevenida ou atrasada com o tratamento. “A detecção precoce da enfermidade é essencial para evitar a perda total da visão. As pessoas devem ter o costume de consultar um oftalmologista periodicamente, facilitando o diagnóstico do glaucoma em tempo de controlá-lo. O tratamento é feito à base de colírios hipotensores, usados para diminuir a pressão intra-ocular. O tratamento a laser também é utilizado para retardar os efeitos da doença”, esclarece.

Cuidados - A especialista do HOB lembra que quanto mais cedo o paciente iniciar o tratamento, menores serão os danos relacionados com a perda de visão e mais fácil o controle da doença. Hanna orienta que “o empenho dos pacientes é fundamental para o sucesso do tratamento. O acompanhamento de um oftalmologista e o uso regular de colírios é essencial para que o portador de glaucoma consiga manter a qualidade de sua visão pelo maior tempo possível”.

Mais informações
Assessoria de imprensa HOB
Tel.: (61) 99 83 9395 / 3225 1452
Contatos: Teresa Cristina Machado e José Jance Grangeiro

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