Eleições 2008: PCdoB vai concentrar esforços em seis candidaturas


Seis candidaturas do PCdoB nas eleições de 2008 – todas de mulheres - vão receber o esforço concentrado do Partido. A candidatura de Aldo Rebelo à Prefeitura de São Paulo também receberá atenção especial. Outra preocupação é com a manutenção de duas prefeituras que já estão nas mãos dos comunistas – a de Aracaju, com Edvaldo Nogueira, que concorre à reeleição; e de Olinda, que tem Renildo Calheiros como candidato à sucessão de Luciana Santos.
O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, destacou essas como as grandes prioridades para as eleições municipais deste ano, em encontro que reúne dirigentes partidários, bancada federal e estaduais, prefeitos e candidatos e candidatas em Brasília nesses dois dias – quinta e sexta-feira (17 e 18).


O secretário de Organização, Walter Sorrentino, ao abrir o evento, lembrou que, embora o Partido já tenha experiências em campanha eleitoral em 26 anos de legalidade, “este ano é singular porque o PCdoB pretende se apresentar no campo das disputas majoritárias com até 480 candidaturas majoritárias”, destacou. O encontro procura encontrar respostas para as exigências desse tipo de campanha na área de finanças, jurídico e comunicação.


Mulheres vitoriosas
O destaque para as seis candidaturas femininas, o que produziu aplausos da platéia, é avaliado pelo dirigente comunista como as de maior possibilidade de vitória. A deputada Manuela D´Ávila aparece nas últimas pesquisas de opinião para a Prefeitura de Porto Alegre (RS) como a de maior capacidade de vencer no segundo turno. O mesmo ocorre com Jandira Feghali no Rio de Janeiro. Por isso, os esforços concentrados do Partido para levá-las ao segundo turno.

Além de Jandira e Manuela, concorrem ao pleito em campanhas majoritárias Jô Moraes em Belo Horizonte (MG); Vanessa Grazziotin em Manaus (AM), Ângela Albino em Florianópolis (SC) e Olívia Santana em Salvador (BA).

Renato Rabelo, em sua exposição geral sobre o cenário político e as perspectivas eleitorais, que abriu o encontro nesta tarde, enfatizou à decisão partidária de exercer maior protagonismo político nessas eleições, lançando candidaturas próprias em capitais importantes e municípios de grande e médio porte.

Nesses dois dias, os comunistas também vão debater as políticas de alianças e linhas gerais para compor as plataformas eleitorais dos candidatos. O encontro também discute as diretrizes do Partido para a propaganda eleitoral, com orientações nas áreas de comunicação/marketing e jurídicas.


Cidades mais humanas
Segundo Renato Rabelo, “programa de governo para o município tem que ter objetividade, especificidades do lugar e prioridades para a cidade”, diz, acrescentando que “a bandeira geral que já levantamos em nossos programas de governo é das cidades com menos desigualdade social e mais humanas”. O mote deve receber força nos programas eleitorais.


As seis reformas democráticas – política, tributária, educação, urbana, agrária e democratização dos meios de comunicação – são consideradas referência importante para plataforma do Partido. Além delas, o Partido pretende divulgar a luta contra elevação dos juros.


Rabelo também fez referência a necessidade de incluir nos programas as bandeiras e jornadas de luta dos movimentos sociais, que quer ver participando do pleito, assim como da juventude e das mulheres.


Ousadia no trabalho
A ousadia, que se tornou marca partidária em todas as frentes de luta e trabalho deve ser aplicada nas campanhas eleitorais. Segundo Renato Rabelo, “a tática da ousadia foi apoiada e assimilada pelas organizações partidárias”.


E explicita que “nessa linha de ousadia temos três empreendimentos que demonstram nova fase da nossa trajetória: o alcance de 270 mil filiações, militância de 100 mil e quase 400 candidatos a prefeito, 16 nas capitais e mais 19 em cidades que tem dois turnos de votação, ou seja, considerando essas cidades, chegamos a 35 candidatos a prefeitos de cidades estratégicas”.


Ele acrescentou ainda que “as pré-candidaturas desde final do ano passado para cá vem adquirindo importância por seus prestígios”, destacando a das seis mulheres. A ênfase às candidaturas femininas e os aplausos da platéia levaram o presidente do Partido a emendar à sua fala com uma referência às candidatura dos homens, diante do olhar de Flávio Dino, candidato em São Luis e Osmar Júnior, candidato em Teresina, sentados na primeira fila de cadeiras.


“Isso é resultado da ousadia da nossa política”, disse, lembrando que “essa política é um desafio porque está calcada em definir quadros para a nova luta para o socialismo, época de acumulação estratégica de força”, resumindo que as eleições municipais representa “grande passo que vamos dar para responder aos grandes desafios”.

Eleição em bloco
Outro desafio apresentado ao PCdoB é manter unido o Bloco de Esquerda nas eleições municipais. O bloco, que reúne o PSB, PDT, PCdoB, PRB e PMN na Câmara dos Deputados, deve se reproduzir no pleito. “Essa é um questão que levantamos para o Bloco, que compreende que é necessária essa união, mas tem dificuldades e o nosso desafio é vencer essas dificuldades e caminhar para chegar a unidade maior do Bloco em torno de candidaturas importantes porque o resultado pode ser muito satisfatório”, explicou Renato, para quem “é importante essa unificação da esquerda que está dispersa.


O presidente do PCdoB lembrou que até a data final das convenções decisórias das candidaturas, ou até o mês de junho, devem ser intensificados os trabalhos de construção das alianças – as nossas e onde vamos apoiar. Nesse meio tempo, também deve haver discussão e elaboração - com participação ampla e plural - de programa de governo para município e plano definitivo de campanha.


Ele enfatizou a atenção concentrada nas candidaturas das cidades com dois turnos eleitorais e que tem centro de geração de TV. Sobretudo, as cidades com mais de 100 mil habitantes onde os comunistas possuem mais de 43 candidatos a prefeito.

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Clarim da Amazônia