Construtora de Usinas do Madeira paga salários em Rondônia 40% menor do que em São Paulo

Em acordo coletivo de trabalho firmado em 8 de maio de 2009 o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (SINTRICOM), de São José dos Campos e Região, ficou estabelecido os novos pisos salariais dos trabalhadores da construção civil em funções não qualificadas e qualificadas.

Para função não qualificada ou meio-oficial, que abrange auxiliares, ajudantes e serventes o valor será de R$ 781,10, enquanto que na Usina de Santo Antonio a convenção coletiva assinada pelo presidente da Força Sindical, Antonio Acácio Moraes do Amaral, já com o reajuste de 8% antecipado este ano pelas empresas é de apenas 561,60; ou seja, precisaria de um aumento de 39,08% para ficar igual ao de São Paulo.

O acordo do SINTRICOM, que foi assinado com a empresa Odebrecht em São Paulo, prevê que o piso para a função qualificada ou oficial, que se refere a pedreiro, armador, carpinteiro e eletricista será de R$ 936,81; já na convenção assinada por Amaral, que representava o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (STICCERO) e foi recentemente destituído pela Justiça, o valor praticado nas Usinas é de 649,08 incluindo o reajuste de 8% deste ano; sendo necessário um reajuste de 44,33% para igualar estes pisos.

Vários outros benefícios praticados pela Odebrecht na Região de São José dos Campos não existem na convenção coletiva do STICCERO, assinada por Amaral para as obras das Usinas, como cesta básica de alimentos e adicional de 60% para as horas extras trabalhadas de segunda a sábado.

Para o líder do movimento de oposição sindical na construção civil Raimundo Soares da Costa, o Toco, essa diferença tão gritante entre os pisos salariais praticados na construção civil em São Paulo e Rondônia, de mais de 40% em média, é o resultado de uma ação sindical extremamente prejudicial para os trabalhadores.

Não há uma explicação aceitável para pisos salariais tão reduzidos, quando se sabe que há carência de mão-de-obra em Porto Velho; sendo que semanalmente as empresas trazem dezenas de trabalhadores de outros estados. “Como a procura é maior do que o número de trabalhadores, o normal seria que os pisos salariais aqui fossem bem maior”, questiona Toco.
Foto e reportagem: Simão Laurindo
Fonte: Destaque Rondônia

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