Papudiskina - Verdades e mentiras nessa campanha eleitoral

Os eleitores devem estar atentos e agir com muita calma nessa hora em que todos os gatos são pardos. Muita gente se apresenta como benevolente, amante do bem e de boas práticas e fala de um legado inestimável ao município. Mas a pergunta é: “esses candidatos que hoje mostram uma profusão de boas ações em favor da comunidade realmente estão dizendo a verdade”? Alguns, inclusive, não estariam usando esforços dos próprios moradores em benefício próprio? Claro que temos de votar em quem tenha uma boa folha corrida, com serviços prestados e com capacidade para cumprir o que promete, seja como legislador ou como executor. Mas é preciso que na hora de votarmos tenhamos em mente que capacidade administrativa não pode ser confundida com meros favores de caso pensado. Tem gente que faz um favorzinho aqui e outro ali, muitas vezes com dinheiro e esforços que não foram seus de verdade, e agora se apresenta como merecedora de obter o respaldo e o voto dos eleitores.

Temos bons candidatos ao Legislativo e ao Executivo de Cacoal e uma boa escolha depende de nossa capacidade de discernimento. Tenho meu candidato a prefeito e pretendo ainda definir em quem votar para vereador, mas terei o cuidado, como jornalista, de não sugerir esse ou aquele nome. Apenas gostaria que as pessoas avaliassem cada candidato e fugissem daqueles que, de forma desleal e desrespeitosa, apresentam uma vasta gama de virtudes suas e só sabem apontar os defeitos alheios.
Fuja, igualmente, eleitor, de quem pede seu voto baseando-se em supostos favores que tenham concedido a alguém. O verdadeiro cidadão de bom caráter é aquele que faz o bem sem pedir nada em troca, nem mesmo o voto. É claro que é muito difícil encontrar hoje em dia uma alma assim. Então, se não conseguirmos achar alguém assim, nem mesmo após uma boa garimpagem, votemos pelo menos em quem, como cidadão, sempre se apresentou como uma pessoa de bem, organizada e com capacidade intelectual e moral para exercer funções no Legislativo ou no Executivo.

Debates
Está na hora das organizações de Cacoal exigirem dos candidatos que participem de debates para que, após uma boa sabatina, conheçamos quem tem capacidade e quem não tem. Se é difícil debates com todos os candidatos a vereadores – que são muitos – que pelo menos sejam realizados debates entre os três candidatos a prefeitos. Eu sei que alguns candidatos têm pavor de participar de debates (alguns por medo de microfones e outros por razões não muito nobres. Mas o fato é que o crisol é para o ouro e o fogo para a prata.
Para serem purificados, a prata, o ouro e o diamante passam pelo fogo do ourives. Os debates não são tão drásticos assim, mas também têm o condão de mostrar o quão está ou não preparado esse ou aquele candidato. Está aí a sugestão: querem saber quem realmente está preparado para governar Cacoal? Prestemos atenção nos debates. Em países modernos – ou pelo menos que se dizem modernos – como os Estados Unidos, não existe eleição sem que ajam acalorados debates entre os oponentes.


Nota esquisita
Eu estava navegando na Internet esta semana quando me deparei com um comentário feito por um dirigente do PSDB de Cacoal, com um texto tão sofrível que mais parecia qualquer outro idioma ibérico – menos português. Entretanto o tal cidadão questionava meu trabalho e sugeria que eu deveria primeiro aprender a escrever para depois ousar ser um colunista.
Respeito opiniões e humildemente aceito as críticas, mas confesso que fiquei perplexo ao ver tamanho contra-senso na proposta de tal cidadão. Reconheço que não sou nenhum mestre da gramática, mas suponho que para criticarmos alguém é preciso que, no mínimo, tenhamos algum domínio sobre o assunto ao qual nos reportamos.
Tem gente que critica por criticar, mesmo sem qualquer fundamento ou conhecimento de causa. Algumas críticas ajudam-nos a melhorar o nosso trabalho, quando bem fundamentadas. Mas as críticas daqueles que, de forma medíocre, querem apenas mostrar o quanto são odiosos, servem apenas para provocar desgosto. Felizmente considero-me suficientemente amadurecido e os quase 25 anos de serviços como escriba me dão balizamento para continuar meu trabalho de cabeça erguida.

Quem serão os 10 vereadores eleitos
O mesmo cidadão que me criticou reclamava ferozmente de nota em que teci comentários a respeito da formação da nova Câmara de vereadores. O tal cidadão ressentiu-se do fato de eu ter sugerido que a coligação da qual faz parte o seu partido deveria eleger apenas um vereador. Ele se esqueceu de que eu dizer que o partido A fará um vereador ou cinco vereadores mostra apenas o quanto nós, seres humanos somos curiosos e suscetíveis a falharmos em nossa previsão. Sim, o PSDB pode eleger cinco vereadores e eu não tenho nada contra isso. Preferia apenas que os cinco eleitos fossem da coligação PSB/PCdoB/PSOL, mas não acredito nem que os tucanos de Cacoal tenham tal potencial e muito menos o meu partido ou coligação.
Parece que o tal cidadão tem medo que minha previsão se concretize e o partido dele só consiga eleger mesmo um vereador. Só tem um jeito de minha previsão ser mais falha do que as profecias de Müller e Ellen White (que previram o fim do mundo no século 19): conseguir 8 mil votos. Ou seja: a média de votos por candidato em sua agremiação deve ser de pelo menos 530 votos.
Tomara que vocês consigam, pois se realmente fizeram só os quatro mil votos ou menos, é bem capaz de botarem a culpa em mim. Sejamos coerentes, amigos, as crônicas que escrevemos não têm força de lei e são meras especulações. Todo mundo que tem bom senso sabe disso. O que escrevo tem a finalidade de levar as pessoas a partirem de um ponto de vista e formar sua própria opinião.

Querem que eu acerte?
Só tem um jeito praticamente infalível de eu não errar e já que me desafiaram, ei-lo aqui. Apresentarei seis hipóteses e espero que – agora sim – que minha “profecia se cumpra” cabalmente. Agora a responsabilidade é grande, pois se mesmo com seis hipóteses o resultado for diferente do que eu apresentei, aí, sim, podem de chamar de o maior azarão do planeta.

Vamos lá então:


Hipótese 1:
PTB/PTN/PP – Elegerá 03 vereadores
PT/PMDB/PSC/PDT – Elegerá 02 vereadores
PSDC/PR/PV/PRP – Elegerá 02 vereadores
PSDB/DEM/PPS – Elegerá 02 vereadores
PSB/PSOL/PCdoB – Elegerá 01 vereador


Hipótese 2
PTB/PTN/PP – Elegerá 02 vereadores
PT/PMDB/PSC/PDT – Elegerá 03 vereadores
PSDC/PR/PV/PRP – Elegerá 03 vereadores
PSDB/DEM/PPS – Elegerá 01 vereador
PSB/PSOL/PCdoB – Elegerá 01 vereador


Hipótese 3
PTB/PTN/PP – Elegerá 03 vereadores
PT/PMDB/PSC/PDT – Elegerá 03 vereadores
PSDC/PR/PV/PRP – Elegerá 03 vereadores
PSDB/DEM/PPS – Elegerá 01 vereador
PSB/PSOL/PCdoB – Nenhum vereador


Hipótese 4
PTB/PTN/PP – Elegerá 02 vereadores
PT/PMDB/PSC/PDT – Elegerá 02 vereadores
PSDC/PR/PV/PRP – Elegerá 03 vereadores
PSDB/DEM/PPS – Elegerá 02 vereadores
PSB/PSOL/PCdoB – Elegerá 01 vereador

Hipótese 5
PTB/PTN/PP – Elegerá 01 vereador
PT/PMDB/PSC/PDT – Elegerá 03 vereadores
PSDC/PR/PV/PRP – Elegerá 03 vereadores
PSDB/DEM/PPS – Elegerá 02 vereadores
PSB/PSOL/PCdoB – Elegerá 01 vereador

Hipótese 6
PTB/PTN/PP – Elegerá 02 vereadores
PT/PMDB/PSC/PDT – Elegerá 03 vereadores
PSDC/PR/PV/PRP – Elegerá 03 vereadores
PSDB/DEM/PPS – Elegerá nenhum vereador
PSB/PSOL/PCdoB – Elegerá 02 vereador

Com essas seis hipóteses, é pouco provável que o resultado seja diferente. Mesmo assim, como tem gente que acredita em Papai Noel, pode ser que alguma coligação consiga, sozinha, eleger quatro vereadores. “Nem a pau, Juvenal”.

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Clarim da Amazônia