Vereadores de Cacoal tem a chance de aprovar PCCS do SAAE ou ceder aos que tentam retirar direitos dos trabalhadores

DANIEL OLIVEIRA DA PAIXÃO (ANAP - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS) - Está com a Câmara Municipal de Cacoal a decisão de aprovar o PCCS, tal como acordado e amplamente discutido com os servidores do SAAE, ou ceder a certas manobras de alguns setores da administração pública local, que apesar de serem do PT, não honram em nada o compromisso de atuar em defesa dos trabalhadores. Pelo contrário, são petistas de filiação e neoliberais em atitude e comprometimento.

Há comentários de que esses neoliberais incrustrados na administração pública de Cacoal querem rasgar completamente os acordos e compromissos selados com os servidores públicos e enviar um tal projeto anti-ético e imoral que derruba por terra todas as conquistas adquiridas pelos servidores daquela autarquia. Mas não acredito que a tarefa seja fácil. Pelo menos se é verdade que os vereadores de Cacoal são pessoas decentes e que não se deixam levar por manobras indecentes.
Além da boa índole dos vereadores, que quero acreditar que exista, temos ainda a argumentação política que desencorajaria qualquer procedimento irresponsável e ultrajante. Em 2010 teremos eleições para deputados estaduais, deputados federais, senadores, governador e presidente da república e já em 2012 os cacoalenses serão chamados às urnas novamente para escolher um novo prefeito ou prefeita (ou reeleger o atual) e ainda os futuros membros do poder legislativo local. O povo pode até ter memória curta, mas a imprensa não. Os jornalistas verdadeiramente comprometidos com o senso de justiça e de verdade farão o favor de relembrar os nomes de quem votou a favor e quem votou contra os interesses dos servidores e, por conseguinte, da população em geral.

Aliás, há informações de que funcionários do SAAE estão estudando a possibilidade de, se for o caso, cobrar da Câmara Municipal a criação de uma “CPI” (ou Comissão Especial de Aveguação) para investigar esse imbróglio que tem sido essa tentativa de manobra de decepar direitos conquistados a duras penas pelos trabalhadores públicos do SAAE e da prefeitura, como progressão salarial por decurso de prazo, licença-prêmio, etc. Pelo jeito, se dependermos desses neoliberais que pensam que mandam no prefeito e nos vereadores, em breve vão mandar um projeto à Câmara Municipal de Cacoal para revogar férias, descanso remunerado aos sábados, domingos e feriados.
Tem coisas acontecendo por aqui que se contarmos lá fora pouca gente vai acreditar. Mas se lá fora nem todos sabem o que vem acontecendo por aqui, este cronista de Papudiskina está muito atento. Não vamos aceitar que desrespeitem a dignidade daqueles que trabalham em órgãos como o SAAE, expondo suas vidas por lidar muitas vezes com clientes que não entendem que as mazelas de nosso sistema de distribuição de águas e esgoto têm uma origem em mau planejamento daqueles que no passado criaram as bases para essa “empresa” e vão descarregar sua revolta nos auxiliares administrativos, que não têm sequer suas sugestões ouvidas por aqueles que deveriam ouvi-los se é que desejam realmente melhorar o atendimento ao público e contribuir com um ambiente menos sobrecarregado de tensão.

Além disso, há indícios de que esteja havendo no SAAE o que hoje o direito trabalhista moderno convencionou chamar de ASSÉDIO MORAL. Isso ocorre quando servidores são expostos ao ridículo e são obrigados a trabalhar sem as mínimas condições para tal. Exemplo: obrigados a atender o público que aguarda por uma impressão de segunda via de sua conta de água quando sabidamente não há um único toner na impressora que dê condições a isso. Já se se tornou até corriqueiro, de certa forma, virmos funcionários daquela autarquia ridiculamente sacudindo cartuchos de toner na esperança de que com esse gesto desesperado consiga alguma gota a mais de tinta.

Outro problema grave – por enquanto isentamos a atual diretoria de culpa até que apuremos os fatos – é a falta de transparência na contratação de pessoal sem concurso público, seja através de portarias ou mesmo através da admissão de estagiários. Além disso, algumas pessoas, não se sabe a mando de quem, começam a espalhar cartazes nas paredes dando lição de moral publicamente nos servidores públicos concursados (os poucos que ainda restam) - isso também é Assédio moral.
Tanto empresas públicas como privadas – e também as autarquias e departamentos – devem regular as relações com os trabalhadores através de regulamentos e estatutos escritos, cujas cópias, se necessário, devem ser entregues aos servidores e nunca ter seus conteúdos expostos ao público para denegrir aqueles que zelam pelo nome da empresa. Aliás, ridicularizar os servidores perante a opinião pública, dando a impressão de que todos são desleixados e porcalhões, também mostra-se que a empresa como um todo é inoperante e desmazelada.

Enfim, cabe aos vereadores acompanhar de perto esses fatos aqui relatados e impedir que direitos sejam abruptamente arrancados porque se queremos como cidadãos ter um serviço de público de qualidade também é nosso dever exigir que os servidores sejam igualmente tratados com dignidade para que tenham condições emocionais de atender bem a todos os que precisam de respostas para as suas dúvidas e indagações a respeito dos serviços públicos. O povo digno de Cacoal confia na dignidade e na equidade e decência de nossos vereadores. Confiamos em seu comprometimento com a ética e a justiça. Vamos dizer um não à imoralidade que é o Assédio Moral e a brutal violação de direitos adquiridos.

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Clarim da Amazônia