Papudiskina - Os judas vão pedir os nossos votos em 2010

Os "Judas da Política" estão aí
Daniel Oliveira da Paixão - Uma pergunta rápida, leitores: Lula foi feliz ou infeliz ao dizer que temos muitos judas na política brasileira e que, em nome da governabilidade, é necessário, muitas vezes, uma composição com os "Judas"? Eu não sei. Mas o fato é que ele mostrou que, mesmo eventualmente se aliando "aos traidores da pátria", sabe exatamente o que está fazendo e porque está fazendo. Logo, aquela máxima da oposição de que o Lula nada vê, nada sabe e nada entende, não passa de falatório sem sentido.

Eu sou um fã do presidente Lula pela sua história e por ele ter sido, apesar dos pesares, o melhor presidente do país de todos os tempos. Mas como cristão não gostei do fato dele ter declarado que até Jesus Cristo, se estivesse ocupando a posição de presidente do Brasil, teria de se aliar ao Judas para poder governar. Isso não é verdade. Jesus preferiu os açoites e agonizante morte de cruz do que se render aos interesses mesquinhos dos fariseus e dos saduceus (facções antagônicas do ponto de vista ideológico, mas que, em certas circunstâncias, compunham alianças se vislumbrassem interesses convergentes, exatamente como fazem muitos partidos políticos atuais.

O grande problema é que os judas da política brasileira chegam ao poder alçados por expressiva votação popular. Aqui cabe mais uma vez uma analogia com fatos bíblicos quando uma grande multidão, confrontada a respeito de quem prefeririam vê-lo solto por uma clemência dos governantes romanos, preferiu Barrabás e mandou Jesus para ser crucificado, mesmo tendo consciência de que ele era inocente.

Mas por que o povo muitas vezes faz essa opção pelo ímpio em vez de valorizar aqueles que são retos de coração? A resposta é simples: é que, apesar de todos os avanços culturais e científicos, a grande maioria povo ainda não tem consciência do valor do seu voto. Mas, pasmem, senhores: o pior é que mesmo as pessoas mais bem preparadas muitas vezes são forçadas a um jogo de cobra cega diante da monstruosa falta de opções.

Aliança contraditória
O Ministério da Saúde está iniciando uma parceria com a Igreja Católica visando conscientizar as pessoas a respeito da necessidade de se cuidar em relação a doenças sexualmente transmissíveis e deixar de lado o temor de fazer os testes para se constatar se são ou não portadores de HIV porque, suspeita-se, que mais de 200 mil pessoas estão contaminadas por AIDS no Brasil e não têm a menor noção. Isso, evidentemente, é algo terrível, já que se o infectado não tem consciência dessa doença, acaba infectando seus parceiros e parceiras sexuais.

O mais alarmante é que muitas esposas, fiéis aos maridos e que pensam também serem respeitadas pelos mesmos, acabam contraindo o HIV. Mas voltemos à questão do tema acima, a contradição dessa parceria. Se a Igreja realmente está preocupada com o avanço da doença, como manter essa sua intransigência ao desaconselhar o uso de preservativos por parte dos casais?

Entendo que ela queira com esse gesto dar uma clara demonstração de que quem ama deve respeitar o seu cônjuge e nunca se enveredar pelo caminho do adultério. Está bem, como cristãos, todos nós entendemos essa verdade. Mas como humanos também somos conscientes da fraqueza humana. Por isso, mesmo a Igreja, que tem o dever de ensinar a santidade e condenar o adultério, deveria abrir mão de excesso de zelo e incentivar o uso da camisinha porque esse dispositivo inventado por mãos humanas (mas com a inteligência dada por Deus) serve também para prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis e muitas delas sem qualquer conexão com infidelidade.

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Clarim da Amazônia