Papudiskina - 01 de outubro de 2008 - Daniel O. Paixão

Eleições 2010
No próximo ano teremos eleições para a escolha dos novos deputados estaduais, governador, deputados federais, senadores e o novo presidente da República. Cacoal, como um dos 52 integrantes do Estado de Rondônia, também deverá lançar vários candidatos, principalmente a deputados estaduais e federais, podendo até lançar algum candidato a senador e a governador ou governadora, já que a ex-prefeita Sueli Aragão é uma das pré-candidatas do PMDB ao governo do Estado. No tocante aos candidatos a deputados estaduais, alguns nomes já despontam como pré-candidatos, entre eles dois dos candidatos ao Executivo Municipal nas eleições passadas: Glaucione Neri (PSDC) e Dr. Silvério (PHS). O ex-deputado Emílio Paulista também é pre-candidato pelo PMN. O curioso é que Paty Paulista filiou-se recentemente ao PHS e também acena com a possibilidade de disputar as eleições no ano que vem. Só que nesse caso, como era de se esperar, se o Emílio Paulista for mesmo candidato, o Emílio Paulista Filho (Paty) não seria candidato e vice-versa. O ex-deputado Daniel Neri (que continua no PMDB), informou que está bastante otimista com a eventual candidatura de sua esposa, que, segundo ele, vem recebendo muito apoio dentro do PSDC e é mesmo pré-candidata com praticamente 100% de chances de ser a indicada pelos convencionais do partido para representar Cacoal e Região na disputa de 2010. Caso a ex-vereadora saia mesmo candidata terá como trunfo a espetacular votação que teve em sua última disputa para cargos legislativos, em 2004, quando foi eleita a vereadora mais votada do Estado e do país, com quase 10% dos votos válidos. O Dr. Silvério, que também disputou as eleições para prefeito em 2008, afirma que sua participação naquele pleito lhe propiciou a oportunidade de conhecer melhor os problemas do município e garante que sente-se capaz de encarar mais esse desafio, caso o partido o indique como candidato nas convenções partidárias em 2010. O ex-vereador e ex-deputado Emílio Paulista, por sua vez, conta com a bagagem que adquiriu com os vários mandatos de vereador de Cacoal e também como deputado estadual. Esses pré-candidatos terão ainda a companhia de outros fortes concorrentes como os atuais deputados estaduais Valdivino Tucura (PRP) e Neri Firigolo (PT), além de Everaldo Fogaça (PCdoB), que embora com o domicílio eleitoral em Porto Velho, tem um vínculo bastante forte com o município de Cacoal. Não podemos nos esquecer também de que há alguns vereadores que poderão disputar as eleições, como é o caso de Fernando Minervino e Katatal (PTB), Lurdes Kemper (PMDB), César Castro (PV) e a atual vice-prefeita, Raquel Carvalho (PMDB). Por fim, vale lembrar que todos esses nomes citados são pré-candidatos e só poderão ser considerados efetivamente como candidatos após ter os seus nomes homologados pelos seus respectivos partidos nas próximas convenções.


Filiações
Na última semana de setembro os partidos políticos fizeram uma intensa movimentação de interessados em concorrer às eleições de 2010. Em Cacoal, por exemplo, tivemos um fim de semana agitado e vários encontros partidários. PDT, PCdoB, PP e PTB reuniram os seus filiados e anunciaram novas e importantes adesões. A grande surpresa mesmo foi a filiação de Everaldo Fogaça ao PCdoB, sigla pela qual deve ser candidato a deputado estadual no próximo ano. Fogaça é um próspero empresário do setor de comunicações em nosso Estado, sendo o diretor do jornal e site O Observador. Em entrevista à imprensa, logo após ter sua ficha assinada, Fogaça disse que se for da vontade do partido, ele colocará o seu nome à disposição dos convencionais. "Hoje sou pré-candidato a deputado estadual e já percorri vários diretórios do estado buscando apoio dos convencionais", disse.

Imbroglio Zelaya
O governo brasileiro acabou envolvido em um conflito na América Central e eu penso que houve imprudência da diplomacia brasileira. Uma coisa é dar asilo político a alguém que está correndo risco de morte em seu país. Outra coisa bem diferente é oferecer a nossa sede diplomática para que um presidente deposto promova uma revolução em busca de seus objetivos. O que o deposto Manuel Zelaya está fazendo é usar a nossa embaixada para incitar o ódio em seu país e promover um levante. Isso não é bom para o Brasil. O povo de Honduras está dividido e alguns líderes daquele país afirmam inclusive que vão levar Lula ao tribunal internacional caso haja algum conflito. Segundo nota publicada no jornal La Tribuna, de Tegucigalpa, Lula será responsabilizado se houver um banho de sangue. Essa, pelo menos, é a opinião de Ramon Custódio, um alto comissariado para os direitos humanos naquele país. Veja o que ele diz:
“El gobernante brasileño tiene que responder ante un foro internacional, en algún momento, y si llega haber algún baño de sangre, en este país, por la culpa del señor Lula, será responsable y podemos ir a los tribunales penales internacionales para acusarlo de cualquier acto y derramamiento de sangre hondureña, de cualquier bando que sea”.

Rádio Globo de Tegucigalpa
Venho acompanhando pela internet o desenrolar da crise em Honduras, especialmente pela Radio Globo de Tegucigalpa, cujos transmissores foram confiscados, mas que mantem na internet a sua luta em favor da redemocratização e pacificação do país. Fico emocionado em ver a disposição daqueles jornalistas que, mesmo arriscando suas próprias vidas, defendem os seus ideais com muita firmeza. Gostei, especialmente, da música que eles colocam no ar em desafio aos militares. "Ellos nos tienen miedo porque no tenemos miedo" (Eles estão com medo porque nós não temos medo). A contar com tão bravos cidadãos, tenho certeza de que o golpista Roberto Michelletti está com seus dias contados. Ele não tem como se sustentar no poder com um país dividido e quase 100% da comunidade internacional mantendo a posição firme de não reconhecer o seu governo.

La Tribuna ironiza Michelletti por ultimato ao Brasil
O presidente golpista Roberto Michelletti foi ironizado por um colunista do jornal La Tribuna de Honduras pelo seu gesto em dar um ultimato ao Brasil em relação a situação de Manuel Zelaya. O colunista pergunta: "O que faria Michelletti se em 10 dias o Brasil não responder ao ultimato? Declararia ele guerra ao Brasil e confrontaria os 7 milhões de hondurenhos contra uma potência de 200 milhões de habitantes? Por outro lado, outos meios de comunicação daquele país acham que Zelaya colocou o Brasil em maus lençóis ao abrigar-se em sua embaixada, já que em vez de apenas manter-se sob proteção diplomática, o presidente deposto parece querer transformar a representação diplomática brasileira em seu quartel general, de onde comanda os seus aliados e os incita a uma confrontação com os golpistas. Enfim, o que se espera é que a diplomacia brasileira tire lição desse episódio e seja mais comedida ao abrigar líderes que querem algo mais que uma simples proteção e garantias de vida. Faz parte das boas regras protocolares das embaixadas dar abrigo a quem em seu país sofre ameaça à sua integridade física em decorrência de sua situação política. Agora é preciso ter cuidado porque as embaixadas, embora com status especial que lhes assegure inviolabilidade, podem perder essa condição se utilizadas como base para grupos de confrontação. Em outras palavras, quem recebe abrigo em uma embaixada não deve, em hipótese alguma, usa-la como quartel general.

Daniel Oliveira da Paixão

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