Ministro do Meio Ambiente diz que dará apoio às ações de desenvolvimento sustentável na Flona Bom Futuro

Os cerca de mil moradores da Floresta Nacional do Bom Futuro que estavam acampados desde segunda-feira na entrada da Usina de Jirau, começaram a deixar o local na noite desta quarta-feira (15). A informação foi dada durante audiência com o Ministro do Meio Ambiente (MMA), Carlos Minc, o deputado Eduardo Valverde (PT), a senadora Fátima Cleide (PT) e o Prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho.

O problema da ocupação de Jirau foi resolvido, mas, se não houver um comprometimento dos governos para criarem mecanismos de sustentabilidade na área para onde serão remanejados os colonos, um problema maior pode ser criado. A Flona tem uma área total de 272.898 hectares, sendo uma das áreas mais desmatadas do estado e tem sido constantemente palco de desacordos.

Pensando nessa situação que os parlamentares e o prefeito pediram ao ministro Minc apoio para o desenvolvimento sustentável da área o que inclui recursos do Fundo Amazônico, extensão da operação Arco Verde, que conta com treinamentos em piscicultura, agricultura, manejo florestal, apoio da Embrapa e ainda, o pagamento por serviços ambientais para as famílias que participarem do reflorestamento.

Para o deputado Valverde o impasse e a ocupação de Jirau é fruto de falsas expectativas criadas com relação ao acordo feito, no dia 02 de junho, entre o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Governo do Estado alterando os limites da Flona. É esse acordo que tem gerado insatisfação porque muitos moradores acreditaram que continuariam na reserva mantendo o gado e sua atividade recorrente.

A permuta, porém, diz claramente que é responsabilidade do Governo de Rondônia, promover a desafetação nas Unidades de Conservação Estadual denominadas Floresta Estadual Rio Vermelho A e B, Estação Ecológica Serra dos Três Irmãos e Estação Ecológica Mujica Nava. E ainda, transferir para o Instituto Chico Mendes o domínio das terras estaduais compreendidas nas áreas desafetadas para a criação da Unidade de Conservação de Proteção Integral. Portanto, lembrou o deputado Valverde, é responsabilidade do estado fazer o ordenamento territorial na área resultante da permuta.

“O que temos que fazer agora é encontrar solução para os problemas criados com a divulgação equivocada do acordo feito entre o Governo Federal e o estado. Para tanto, precisamos ajudar a essas pessoas que serão remanejadas a terem condições de levarem uma vida digna por apresentar um novo modelo de produção agrícola que seja compatível com uma unidade de uso sustentável”, disse.

Grupo de Trabalho_ Ao término da audiência, o ministro Minc afirmou que o Grupo de Trabalho composto por representantes dos Governos Federal e Estadual e ICMBio será formado hoje e terá 14 dias para definir as áreas que vão ser estadualizadas e para a partir daí se criar uma Lei Federal e uma Lei Estadual alterando os limites da Floresta Nacional do Bom Futuro e oficializando os acordos firmados.

Quanto à operação Terra Nova ela continuará, ressaltou o ministro, porém com ênfase em três ações: Impedir o furto de madeira; impedir a entrada de gado e combater o desmatamento.

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Clarim da Amazônia