O valor da experiência

*José Eduardo Moura

Assim como no cinema, nossa história é composta por vários quadros. Dentro do que desejamos contar, temos como “script” nossos projetos de vida. Tudo o que queremos é nos arriscar a viver nossa história, ainda que não tenhamos a experiência de quem já passou pelos percalços da vida e aprendeu com os erros. Por mais que outras pessoas nos recomendem cautela ou até mesmo nos advirtam sobre eventuais problemas, nem sempre estamos interessados em acolher suas sugestões.

Costumamos ter a pretensão cega de achar que nada do que projetamos vá dar errado. Definimos nossa vida profissional imaginando que logo após o término da faculdade conseguiremos um bom emprego, um bom salário, estabilidade financeira etc. Também planejamos um casamento, a chegada dos filhos e até a maneira como queremos educá-los. Em nosso íntimo, não há por que acontecer algo diferente daquilo que foi idealizado.

Achamos – e, por vezes, julgamos – que as dificuldades enfrentadas por outras pessoas, como o desemprego, as desilusões ou qualquer outro fato que as tenha feito se sentir frustradas, são resultados de suas próprias falhas.
Ao analisarmos a situação de alguém que viveu o desemprego, por exemplo, julgamos que ele talvez não tenha sido um funcionário exemplar. Com a soberba de quem está fora da situação, corremos o risco de julgar e até mesmo de condenar pessoas com base tão-somente naquilo que conhecemos.No decorrer da nossa própria existência, vamos percebendo que não temos o controle das situações. E assim, como o futuro não poupa os demais, sabemos que também nós estamos sujeitos a “surpresas”.

Ao sairmos para um passeio, traçamos o percurso, calculamos o tempo, estabelecemos as paradas, estimamos o horário de chegada etc. Fazemos tudo como se nada pudesse dar errado. Se alguma coisa fugir ao planejado, pensaremos rapidamente numa alternativa que nos ajude a cumprir o que nos propusemos a realizar. Em conclusão, ter em mente um objetivo a ser cumprido ajuda a nos preparar para as possíveis mudanças e inesperadas adaptações aos planos.Essa disposição é necessária também para os percalços que a vida nos prepara. Por maiores que sejam as “surpresas”, as dificuldades não podem nos desviar do caminho, fazendo-nos deixar de acreditar em nossa capacidade de cumprir o que havíamos projetado como meta a ser alcançada.Muitas vezes, devemos estar preparados para assumir um “desvio” que a estrada da nossa vida nos força a tomar, mesmo que não seja fácil aceitar.

Ouvir os mais velhos dizerem que na vida tudo passa pode parecer um clichê, mas é a mais pura verdade. Encarar os fatos e entender que o problema não é maior do que nossa capacidade de enfrentá-lo nos ajuda a encontrar as saídas necessárias para o impasse momentâneo.Assim como não desistimos de nossos passeios por conta de um contratempo, também não devemos desistir dos nossos projetos de vida. Mesmo que situações adversas pareçam erguer barreiras intransponíveis, elas não têm o poder de apagar os nossos planos e projetos. Afinal, sabemos que os desafios que teremos de enfrentar não se comparam às alegrias que sentiremos ao superá-los. Quando entendemos que não estamos imunes aos erros, aprendemos a ser lentos em julgar e ávidos por auxiliar aos que enfrentam dificuldades, com palavras e atitudes de conforto. Aliás, é para isso que servem os amigos.

*José Eduardo Moura é missionário da Comunidade Canção Nova (www.cancaonova.com)
Ex-Libris Comunicação Integrada
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