PAPUDISKINA - O PT de hoje está irreconhecível

O PT de ontem e o PT de hoje
Em princípio, eu, como a maioria dos brasileiros, tinha medo do PT, pois era comum a classe dominante atribuir aos petistas as badernas que alguns promoviam e insistiam em dizer que seus líderes eram anarquistas, etc. O PT, entretanto, mostrava argumentos poderosos que fizeram com que, após vários anos, o povo brasileiro, cansado de tanta roubalheira, passasse a admirá-los. Eu também, depois do medo inicial, comecei a admirar o PT que se mostrava radicalmente contra os desmandos no Congresso e cobrava transparência em todas as ações públicas, bem como justa punição a qualquer um que se envolvesse em atos ilícitos no Senado ou na Câmara Federal. Na época, inclusive, era muito comum o partido censurar e até punir políticos do próprio PT com o argumento de que tinha de cortar a própria carne se isso ajudasse a cicatrizar as gangrenas. Foi por isso que votei no Lula nas últimas duas eleições e continuo a admirar a sua política econômica, o seu jeito de lidar com a política internacional e de colocar o Brasil como importante ator no cenário global e não apenas como mero figurante. Mas recentemente esse novo PT está me deixando extremamente infeliz e com a sensação de ter sido traído. Claro que votei no Lula por ele ser o Lula e não simplesmente por ser o PT, mas de toda forma eu admirava a postura do partido em razão de sua posição coerente.
Mas hoje, mais de duas décadas de fundação, o PT está irreconhecível. Se a gente contar como era o PT até o ano 2000 e como ele está hoje até o capeta vai duvidar. O cão é menos sádico do que muitos petistas de hoje. O mesmo PT que chamava o Sarney de retrógrado, corrupto e vendilhão da Pátria agora insiste em dizer que sua figura histórica deve ser respeitada. Ora, será que é isso mesmo? Devemos venerar o homem que criou o Plano Verão, Plano Bresser e outros planos que levaram o país a uma inflação de 84% ao mês? No tempo do Sarney a gente trabalhava o mês todo e via o salário perder cinqüenta por cento do valor de compra e ainda, mesmo com o escasso dinheiro na mão, tínhamos de enfrentar longas e intermináveis filas para comprar pão, óleo, açúcar, gás, etc. Será que eu estou louco ou esse Sarney ícone da história nacional de que fala o PT é outro? Gente, será que temos mesmo de prestar culto à personalidade a esse "histórico Sarney"? É, meus amigos, o PT de hoje nem de longe lembra ao aguerrido PT da década de 80. Não mesmo!
Nem precisamos ir muito longe. Basta ver a idéia de muitos petistas de Cacoal. Antes diziam ser necessário valorizar as pessoas da cidade, as empresas da cidade, etc. Agora que estão no poder preferem criar condições propícias para que empresas de fora, sem o menor comprometimento com a cidade, sejam as escolhidas seja para a aquisição de produtos, seja prestação de serviços. Dias desses ouvi alguém dizer que certa personalidade do PT cacoalense teria dito: "Um companheiro do PT, mesmo que seja incompetente, vale mais do que qualquer outro cidadão, por mais ético e competente que seja, mas que seja de outro partido. O PT de Cacoal, antes de chegar ao Poder, também adotava o seguinte argumento: "Para nós o importante é a competência e o profissionalismo e não o partido a que pertença. Vamos buscar fora do PT as pessoas que julgarmos competentes para garantir uma administração pública eficiente e transparente. Agora as coisas estão tão transparentes que não conseguimos enxergar coisa alguma: nem mesmo transparência!

Deu a louca no Congresso Nacional
Quando criança eu ouvia dizer que o Congresso Nacional estava no fundo do poço. A crise institucional, naquele tempo, já era grave, mas não chegava aos níveis atuais. Depois, passado mais algum tempo, eu ouvia a mesma ladainha. Agora, novamente, estamos vivendo a sensação de sempre, de que não há conserto para a classe política, a menos que seja concerto com c. Este tipo de concerto, sim, faz parte da vida nababesca que vivem os políticos. Sorte que Nabal não está vivo para ver e ouvir tais comentários. A vida que Nabal vivia, no antigo reino de Israel, nem dava para comparar com o luxo dos atuais senadores da República Federativa do Brasil. Nabal tinha, no máximo, alguns criados, uma adega cheia de vinho e muitas terras e ovelhas. Mas nem de longe o luxo desses políticos que zombam do povo brasileiro.
Esta semana mesmo vi um dos senadores mais destacados, que de certa forma até o admiro por ser o menos corrupto deles, dizer em cadeia nacional, através de uma emissora de TV que era pobre e sequer tinha casa própria. Esse senador que disse ser pobre já está no senado há mais de 20 anos e argumentou que, ao contrário dos colegas, não conseguiu juntar dinheiro e justificou o fato de realmente precisar de auxilio moradia, coisas que, segundo ele, a maioria dos senadores não precisam. Só que eu conheço centenas de trabalhadores que dão o duro para ganhar o sustento de suas famílias, que também não ganham o suficiente para ter a casa própria e, ainda assim, não recebem auxílio moradia. Portanto, fica claro que essa classe política além de estar sempre imersa na escuridão da corrupção, ainda zomba dos milhões de brasileiros e brasileiras. Uma pessoa que tenha salário superior a 15 mil reais mensais, além de reembolso de despesas com viagens e alimentação, não deveria contar com tamanha deferência por parte das instituições públicas. Se a lei diz que todos somos iguais aos olhos da lei, se os políticos têm direito a auxílio-moradia, todo o brasileiro que não teve o privilégio de comprar a casa própria também deveria contar com o mesmo benefício. Enfim, voltando ao fundo do povo, chegamos a conclusão de que o poço de Brasília não tem fundo. Sempre que achamos ter chegado ao fundo notamos que há sempre degraus a mais que estão sendo escavados por essas topeiras que nós mesmos os elegemos e depois gastamos tempo em criticá-los.

Gripe suína, uma notícia nada auspiciosa
A imprensa de Rondônia noticiou esta semana a primeira morte pela gripe suína (a temida influenza A), o que gera bastante apreensão, apesar de que, em princípio, as autoridades ligadas à área de saúde tenham revelado que o índice de mortalidade dessa nova pandemia seja semelhante ao da gripe comum. Mas eis aí uma dúvida cruel. Alguma vez você ouviu dizer que alguém morresse de gripe? Se morria, pelo menos os laudos não revelavam isso. Mas os dados sobre o grande número de mortes por conta dessa gripe atualmente demonstra que, ou as autoridades sanitárias estão erradas, ou antes as mortes por essa doença não eram computadas. De todo modo, a idéia que tínhamos de gripe antes dessa pandemia era de que não passava de um pequeno incômodo e que nos obrigava a usar lenços e, eventualmente, a ficar em casa um dia ou dois até os que efeitos fossem diminuídos. Muita gente até ironizava quando alguém dizia que estava doente, estava com gripe. "Gripe é doença de rico, diziam". Agora essa pandemia se espalhou usando como veículo as pessoas de melhor classe social (que usam o transporte aéreo), e, desta forma, esse adágio popular passa a ser justificado. A pandemia só se espalhou de forma tão rápida em razão da globalização mundial e dos avançados meios de transporte, principalmente os aviões, que todos os dias transportam milhões de pessoas de um lado para o outro, o que faz com que o mundo seja tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo. Hoje é possível uma pessoa estar no Brasil e no dia seguinte estar na China ou, levando em conta o fuso horário, sair as 08 horas da manhã de Beijing e chegar às mesmas 08 horas da manhã no Rio de Janeiro.

Daniel Oliveira da Paixão - Fale conosco pelo 4004-0435 Ramal 3300

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Clarim da Amazônia