Brasil tem mais autoridade para debater aquecimento global, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o lançamento do Plano Nacional de Mudanças do Clima dará ao Brasil mais autoridade para debater o aquecimento global com os demais países.

Na semana passada, o governo brasileiro assumiu a meta de reduzir a taxa anual do desmatamento da Amazônia à praticamente a metade até 2017, para 5.850 quilômetros quadrados. A destruição da floresta é o principal fator de emissão de gases de efeito estufa no país.

– Nós queremos fazer esse debate sobre a questão climática com o mundo dando exemplo daquilo que o Brasil sabe fazer, pode fazer e está fazendo – declarou Lula em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente.

Segundo o presidente, para atingir o objetivo, o Brasil terá policiais para proteger a Amazônia e o governo federal fará parcerias com os Estados e municípios a fim de combater o desmatamento.

– Nós estamos assumindo um compromisso muito sério, que eu penso que nenhum país do mundo assumiu – complementou.

O desmatamento da Amazônia teve um aumento de 3,8% em um ano (de agosto de 2007 a julho deste ano), alcançando 11.986 quilômetros quadrados.

Foi a primeira alta anual em quatro anos. O dado, no entanto, ainda está longe do pico registrado em 2004, de 27.379 quilômetros quadrados de destruição.

Comunidades
Lula também afirmou que a presença do Estado nas comunidades é “a forma mais eficaz” no combate à criminalidade no país. Ao comentar o programa Territórios da Cidadania, ele afirmou estar otimista e orgulhoso diante da iniciativa.

– É a presença do Estado lá dentro, nas três esferas: o governo federal, estadual e municipal, com políticas públicas que possam dizer para o jovem que há uma esperança. Basta ele acreditar e o governo cumprir com as suas obrigações que a gente pode tranqüilamente conquistar este jovem que está no fio da navalha entre a criminalidade e a cidadania plena, civilizada, harmônica com a sua família – disse.

Ainda no Café com o Presidente, Lula admitiu que o medida representa “um desafio extraordinário”, uma vez que não adianta dizer apenas que é preciso “colocar polícia” nas comunidades.

“Polícia é importante, mas é preciso que a gente organize a sociedade, dê força à juventude, às mães, aos pais. Mas, sobretudo, que nós levemos para lá esporte, lazer, cultura, formação profissional e trabalho porque é isso que vai ganhar do crime organizado e fazer com que a juventude acredite piamente na figura do Estado. Acho que nós estamos no caminho certo”.

Amigo do presidente
Ainda nesta quarta-feira, Lula viajou a Sorocaba (SP) para o velório e sepultamento do ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Wilson Fernando da Silva. Conhecido como Bolinha, o metalúrgico, de 57 anos, era amigo do presidente e morreu de câncer na noite deste domingo. Bolinha foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região nos anos 80 e começou a militar em São Bernardo do Campo (SP), onde conheceu Lula.

A viagem não estava prevista na agenda do presidente. O velório ocorreu na sede do sindicato com o sepultamento no Cemitério PAX, de acordo com a assessoria de imprensa do sindicato.

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Clarim da Amazônia