Papudiskina comenta eleições 2008

Debate na Câmara de Cacoal - O debate promovido pelo Portal CacoalRO, na última quarta-feira em Cacoal, certamente não foi um daqueles eventos apimentados que vemos algumas vezes em debates promovidos nas grandes capitais do país, mas foi bem interessante pois deu para mostrar ao eleitor que costuma prestar atenção que há diferenças sutis, porém bem interessantes de se analisar, na proposta dos três candidatos. Veja a minha percepção sobre cada um deles:
O Dr Silvério tem como fundamento básico de sua campanha um projeto neo-socialista, modelo que prevê a livre iniciativa, mas, ao mesmo tempo, exige do poder público um olhar mais atento para se evitar que interesses pessoais se sobreponham aos interesses da comunidade. Ele mostrou-se extremamente preparado e competente para administrar o município. Pragmático, ele vê a ética e o respeito ao erário público como pressupostos para o sucesso de uma administração pública que preza a dignidade da pessoa humana, acima de tudo. É por isso que, se eleito, o Dr Silvério não vai permitir a relativização da lei sob pretextos de condições excepcionais. E ele tem razão, pois é comum os brasileiros darem sempre um jeitinho e os mais fracos sempre são os prejudicados.
Glaucione Rodrigues mostrou-se ser bem destemida e não se intimida nem mesmo diante de situações embaraçosas que possam surgir. Fincou como principal mote de sua campanha o fato de que, por viver em Cacoal desde 1974, conhece bem de perto os problemas e, portanto, está preparada para administrar o município. Ex-secretária e ex-vereadora, ela tem, de fato, experiências de administração pública. Dona de um sorriso fácil, porém firme quando tem de agir, ela acredita que, eleita em 05 de outubro, terá condições de fazer um trabalho de conciliação como a Administração Pública estadual. Aliás, a tônica de sua campanha foi a necessidade de Cacoal ter uma administração pública que saiba dialogar com o governo do Estado e que lhe garantiria um acesso maior aos recursos estaduais.
Padre Franco procurou mostrar à sociedade cacoalense que suas experiências como clérigo seria suficiente para abrir as portas de organizações governamentais, não governamentais e empresariais em sua busca por recursos principalmente para a saúde (o centro de suas atenções) e desenvolvimento sócio-econômico. Durante o debate, ele fez questão de ressaltar conversações que teria mantido com diretores de uma subsidiária da Coca Cola que estaria disposta a investir em uma fábrica em Cacoal. Em muitas outras ocasiões, no debate de quarta-feira e em outros debates e encontros, Padre Franco sempre se esmerou em mostrar sua capacidade inata para o diálogo com organizações, sejam elas nacionais ou transnacionais, públicas ou privadas, para conseguir aporte de recursos aos seus projetos para Cacoal.
OBS.: O resumo que faço dessas ações baseia-se em minha livre observação e não tenho a menor pretensão de apresentá-lo como verdade absoluta. Cada faça o seu julgamento com base no que tem visto e ouvido dos três candidatos não só nos debates e sabatinas, como também em seus comícios, reuniões públicas e no horário eleitoral no rádio e na TV.

Candidatos a vereadores
A briga por uma vaga à Câmara Municipal este ano será muito acirrada, com algumas coligações tendo recebido até o apelido de Grupo da Morte, como é o caso da que tem o PP, o PTB e o PTN juntos. Veja só alguns dos nomões dessa coligação: Katatal, Toninho da Emater, Pedro Ferrazim, Fernando Veículos, Val da Rondônia Veículos, Paulinho do Mercado, Fezão e Carlos Pedro. Desse grupo, deve se eleger dois candidatos. Mesmo que, na sobra, a coligação consiga três vagas, ainda assim a parada é duríssima.
Agora, no outro extremo, quem deve estar aflito são os candidatos da coligação formada por PSOL e PcdoB, cuja expectativa é a de eleger apenas um vereador. O conforto é que lá não existe nenhum candidato que esteja despontando como um “estufa urna”. Assim, qualquer um tem pelo menos o estímulo de que pode vencer. Os perdedores também não terão tanta frustração, pois, não teriam mesmo chance alguma em outras coligações. Espero que não me leve a mal, mas a observação que faço é fruto de minha experiência política. Na segunda-feira pode conferir: peguem o nome do segundo mais votado na coligação PSOL/PCdoB e o enxertem em qualquer outra coligação e vejam se não tenho razão! Outra coligação onde haverá muita disputa é a que tem o PV e PSDC. Veja só alguns dos nomes da lista: César Castro, Corazim, Massa Barro, Zé Roberto.... Ah, tem ainda o Cabo Eliel, cuja candidatura está subjudice. A disputa nessa coligação está quase tão difícil quanto o Grupo da Morte. A terceira colicação mais complicada é a que tem o PMDB, o PT e o PDT juntos. Entre os nomes que se destacam nessa coligação estão o Toninho Masioli, a Lourdes Kemper, o Zezinho do Leilão, a Uri do Prado, o Celso Adame, dentre outros igualmente bons de votos.
Observação: Omiti nas coligações nomes de partidos que já não têm candidato a vereador, como é o caso do PSB (seu único candidato teve o registro indeferido), o PRTB, o PSC e o PHS que não têm candidatos (se não me falha a memória) e, agora, temos o caso do PR, cujo único vereador, Cabo Eliel, teve seu registro indeferido no TRE. Não fui informado se seus advogados recorreram ao TSE.

Quem ganha para prefeito?
O ser humano é curioso por natureza e embora saibamos que não tem como saber quem será o novo prefeito ou prefeita de Cacoal antes de apuradas todas as urnas (ou o maior percentual delas), sempre vemos aquela pergunta clássica: “quem vai ganhar essas eleições”? Claro que as pessoas querem saber um palpite, apenas, para apaziguar suas ansiedades.
Segundo pesquisas do Instituto Phoenix, a candidata do PSDC, Glaucione estaria empatada tecnicamente com o padre Franco, considerando a margem de erro. Em institutos que obedecem estritamente fundamentos como densidade eleitoral da região pesquisada, gênero, grau de escolaridade, nível econômico, a margem de erro oscila entre 2 a 4%. No caso das pesquisas feitas em Rondônia, com institutos com menos recursos humanos e técnicos, suponho que a margem de erro, para cima ou para baixo, deva ser de pelo menos 5%. Então, neste caso, vamos usar a pesquisa do Phoenix para satisfazer a nossa curiosidade.

Primeiro cenário: (não considerando margem de erro)
Glaucione teria 44,5% dos votos
Padre Franco teria 37,40
Nesse cenário a prefeita eleita seria Glaucione

Segundo Cenário (margem de erro de 5% para cima em prol do padre Franco)
Padre Franco teria 42,40%
Glaucione teria 39,5%
Prefeito eleito: Padre Franco

Terceiro Cenário:
Apenas o Padre Franco ganharia os 5%, mas Glaucione manteria com seu percentual estável.
Glaucione teria 44,5%
Padre Franco teria 42,40
Prefeita Eleita: Glaucione

Como vocês podem ver, com essa margem de erro, dá para se montar múltiplas combinações e a vitória será ora de um, ora de outro.

Dificuldades de pesquisas em Cacoal
Em razão de termos em Cacoal um grande contingente de evangélicos, que, tradicionalmente são conservadores, optando sempre por partidos de centro e de direita, há um aspecto que as pesquisas não conseguem vislumbrar, a menos que tenha incluído em seus critérios a opção religiosa do consultado.

Por exemplo:
Vamos fazer uma análise utilizando apenas o indicador religioso para se ter uma noção:
Suponhamos que 65% do eleitorado seja católico ou não religioso e 65% desse pessoal vote no padre Franco. Já entre os evangélicos, o percentual de votos de Glaucione seria de 85%. Vamos aos números:

Eleitores católicos ou simpatizantes: 29250
Padre Franco: 19.012 votos aproximadamente

Glaucione:: 10.238 Votos
Eleitores evangélicos ou simpatizantes: 15.750

Votos da Glaucione: 13387
Votos do Padre Franco: 2363

Total Geral:
Glaucione 23.625 votos
Padre Franco: 21375 votos

Para ser eleita, Glaucione precisa de 82 a 85% dos votos do povo evangélico.
Já o padre Franco, numa situação mais confortável, precisa ter entre 20% a 25% dos votos dos evangélicos para se eleger. Isso levando em conta essa característica do eleitorado Cacoalense.

OBS.: excluí naturalmente cerca de 10 mil votos que, segundo o Phoenix, vão para o Dr Silvério, os indecisos e os que vão anular o voto. O meu comentário baseia-se unicamente no eleitorado e na pesquisa Phoenix. Já o percentual em relação à crença religiosa a que pertença cada eleitor ela é meramente especulativa, não tendo nenhum vínculo científico. Especulativa de minha parte. Eu apenas apurei que, para se eleger, Glaucione precisa ter entre 82 a 85 dos evangélicos e entre 33% a 36% dos votos dos católicos para se eleger. O padre Franco, ao contrário, só precisa ter entre 20 a 25% dos votos dos evangélicos para se eleger, supondo que entre os católicos ele tenha entre 65% a 70% do eleitorado.

Candidato anônimo arrependido...
O sujeito passou quase 90 dias mentindo como candidato a vereador e, arrependido, enviou a seguinte carta ao Papudiskina.
- Prezado Papudiskenero Mor. Queira Vossa Sapienbestice ouvir-me neste momento inglório e de profunda tristeza. Estou bastante arrependido de mentir tanto durante esse período. Eu sei que uma mentirinha aqui, outra ali, com o fito de arrancar boas gargalhadas dos amigos é algo aceitável. Mas o que fiz foi zombar da democracia ao usar o nobilíssimo e sagrado horário gratuito no rádio e na TV para mentir. Eu disse aos nossos eleitores que, se eleito vereador, iria construir creches em vários bairros, escolas para atender em tempo integral, fechar convênio com entidades assistenciais e construir pontes e bueiros na zona rural. Mas agora que se aproxima a hora da verdade, eu resolvi abrir meu coração. Tudo que eu disse não passa de deslavada mentira. Como vereador, não poderei construir creches, nem escolas ou lidar com a execução de quaisquer outras obras. Por favor, me perdoem por tantas mentirinhas. Eu me empolguei talvez em razão de ouvir em casa, nos bares e nas ruas as pessoas dizerem que político sempre mente. Mas, com o passar do tempo, eu me dei conta de que não é preciso mentir para seu um bom político. Eu me dei conta de que não preciso me espelhar em quem rouba e engana o povo, mas espelhar-me, isto sim, nos bons políticos, naqueles que pensam no bem da coletividade na qual está inserido.
Por isso, Vossa Sapienbestice ajude-me a divulgar essa nota. Se alguém quer votar em mim, esqueça. Eu não mereço o seu voto. Meu número é 91432. Mas não vote em mim. Escolha um, dentre tantos outros candidatos, mas lembre-se de descartar qualquer outro candidato que tenha incorrido no mesmo erro que eu. Ou seja: não vote em quem sequer sabe que atribuições são inerentes a um vereador. Por mais bem intencionado que seja, o candidato a vereador que prometa construir casas próprias, prover iluminação de ruas, construir pontes, etc, não merece o voto do eleitor. Olho vivo! Obrigado amigo Papudiskinero.

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Clarim da Amazônia