Prefeito de Porto Velho é acusado de destruir obra do patrimônio histórico

A capital do Estado de Rondônia está correndo eminente risco de perder o monumento nacional e histórico pertencente ao seu povo, todo o acervo pertencente à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cujo monumento é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2006 e pelo Estado de Rondônia, através da Constituição Estadual de 1989.

Para a presidenta da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico do Estado de Rondônia e Amigos da Madeira-Mamoré (AMMA), Mayra Banchieri, “o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT) ao invés de restaurar E.F.M.M, está reformando. Restauração e reforma são coisas totalmente diferentes, pois, com a restauração se recupera as peças por especialistas, enquanto que na reforma se substitui peças antigas por outras novas, fato que vem acontecendo no pátio da ferrovia”

Para o delegado federal aposentado e defensor do patrimônio histórico de Rondônia, Dr. José Augusto, diz: “é muito grave o processo de descaracterização do centro histórico de Porto Velho, reconhecidamente o mais homogêneo conjunto arquitetônico de origem norte americano, destruído pelo atual prefeito de Porto Velho, com aval de instituições de Estado como IPHAN e GRPU”, e acrescenta: “esse prefeito ‘aloprado’ abandonou no pátio da ENARO todo acervo material que fazia funcionar os troles de embarque e desembarque de carga pesadas para os navios; o sino de bronze forjado, de uma das locomotivas que deve pesar cerca de 80 kg e duas lunetas que foram utilizadas na época da construção por engenheiros e topógrafos estão desaparecidos, assim como vinte e dois pares de rodeiras próprios de locomotivas, também estão desaparecidos; destelhou o prédio do museu que era coberto com zinco-ferro e substitui por alumínio, perdendo o seu valor histórico”. Diz ainda que até um vagão pertencente ao acervo ferroviário foi emprestado para escola de samba Grande Rio em 1997 pelo ex-governador e atual senador Waldir Raupp. Hoje temos notícias que esse vagão se encontra transformado em atelier de luxo em Brasília. Dr. José Augusto finaliza dizendo “Roberto Sobrinho deve sair da prefeitura de Porto Velho, algemado e mandado diretamente para o presídio Urso Branco como criminoso comum, pois segundo ficou sabendo a sua autorização de psicólogo foi cassada pelo Conselho Regional de Psicologia”.

A advogada da AMMA, Adriana Oliveira, diz “há trinta anos a Associação vem promovendo registros, denúncias e protestos às Autoridades Públicas competentes para tutelar o patrimônio histórico do Estado de Rondônia, o acervo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré como o Cemitério da Candelária e o Museu Ferroviário dentre outros e, diante da ausência destas autoridades, acionam o Poder Judiciário para que o Estado Democrático de Direito seja restabelecido”.

Já para Silvia Freitas, membro da AMMA, diz que o que o Prefeito Roberto Sobrinho vem fazendo contra o patrimônio histórico – acervo da E.F.M.M que inclui o complexo da Candelária (cemitério e antigo hospital) “representa um verdadeiro atentado contra a história e a própria identidade do povo rondoniense. O poder público que tem a obrigação de preservar esse arcevo histórico é quem vem praticando o verdadeiro crime” e acrescenta, “como se não bastasse esse prefeito, demonstra que não gosta do povo de Porto Velho; agora recentemente com intuito de alargar a avenida Farquar mandou aterrar parte do acervo histórico, cortou árvores quase centenárias, e com a trepidação dos tratores rachou oito casas da vila ferroviária e o mais grave dessa situação é que esse crime conta com a permissão do IPHAN e a Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU)”, conclui Sílvia Freitas.

José Oliveira

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