Papudiskina - Vereador em Inação

Vereadores "IN AÇÃO"!

Claro que a palavra não existe no nosso idioma vernáculo, mas eu a usei para tentar explicar uma situação curiosa que vem ocorrendo neste fim de mandato na Câmara Municipal. Agora, às segundas-feiras, vemos que, em muitas sessões, apenas cinco ou seis dos dez parlamentares estão participando. Mesmo assim, poucos estão realmente preocupados com a sessão plenária. Uns, estão com a cabeça voltada para as eleições (outros preocupados com as reticências, etcetera e tal).

Conversei com um dos parlamentares a respeito dessa apatia pela atividade legislativa nesse momento e ele me disse: “dois dos vereadores atuais disputam o cargo de vice-prefeito e um deles não será eleito pra nada. Outros tiveram registro de candidatura cassado e, um inclusive, já transitou em julgado e sabe que também não será eleito no próximo ano. Todos esses parlamentares perderam um pouco da motivação e estão apenas administrando o tempo e esperando o final da partida”.

Além disso, percebe-se, alguns já pressentem que está muito difícil conseguir uma reeleição em decorrência da atual conjuntura política e configuração de suas coligações e igualmente estão demonstrando um certo desânimo.


Ansiedade dos correligionários de candidatos a prefeito

Todos os momentos deparamo-nos com algum cabo eleitoral dos candidatos a prefeito(a) e constatamos seu estado de ansiedade, querendo saber se temos notícias de pesquisas “verdadeiras”. Afinal, há um clima de desconfiança tal que nem mesmo os cabos eleitorais confiam nas pesquisas que seus candidatos dizem ter em mãos. A verdade nua e crua é que, os candidatos, estão muito interessados em motivar sua equipe e, é claro, sempre dispõem de resultados que lhe são favoráveis. A estratégia é mais ou menos assim: o candidato “A” diz que soube de informações de que o pessoal do candidato “B” está desanimado porque, em pesquisa interna deles próprios, verificou-se grande vantagem do candidato “A”. No caso do candidato B, faz-se a conversão inversa.

Diante dessas táticas ninguém realmente tem certeza de nada. O jeito de se conseguir ficar mais ou menos por dentro do que está acontecendo é ouvindo as pessoas nas ruas. Elas podem ser o termômetro.


Alternância

O que se percebe nas ruas é que de uma semana para cá houve uma mudança brusca e inverteu-se completamente o resultado em relação à última pesquisa divulgada pelo Instituto Phoenix. E olha que a coisa não está fácil. Se as eleições fossem hoje, ao que tudo indica, o Padre Franco (PT) venceria com certa facilidade. Mas, repito, essas observações são válidas para esta semana, pois as tendências de hoje podem inverterem-se e a única certeza que temos hoje, em que pese termos três candidatos, é que o eleitorado acabou aderindo à polarização entre os dois candidatos que têm suporte de grupos políticos já estabelecidos. O Dr Silvério é apontado por milhares de pessoas como um excelente nome para governar o município, mas, nestas eleições, por conta dessa mobilização de grupos em prol de duas candidaturas, alguns eleitores preferem votar em quem eles, supostamente, sabem que têm chances de ganhar. Se Cacoal tivesse segundo turno, a história poderia ser bem diferente, uma vez que esse medo do eleitor em perder o seu voto seria minimizado no primeiro turno. Assim, as chances dele votar em quem realmente acha que é o melhor e não em quem pensa que vai ganhar seria muito maior. Mas, por favor, cabe aqui uma explicação. Não estou fazendo juízo de nenhum dos três candidatos. Minha observação se dá em razão do que ouço nas ruas. E, falando francamente, eu ouço muita gente dizer que o Dr Silvério, por sua postura ética e seu comportamento, seria um excelente prefeito. Claro que também ouço muitos eleitores também atribuírem grandes virtudes aos dois outros candidatos. O que quero deixar claro é que, por conta dessa mania dos brasileiros em votarem apenas em quem acham que vai ganhar, muitas vezes o resultado nas urnas não representa a verdadeira vontade soberana do povo.


Pesquisas eleitorais

Penso que a reforma política deveria estabelecer alguns princípios que velassem pela igualdade de oportunidades e uma dessas medidas certamente seria a proibição de divulgação de pesquisas eleitorais nos 30 dias que antecedem as eleições. Outra medida seria proibir o uso de coligações como forma de se aumentar o tempo no rádio e na televisão. Acho até que, independentemente de coligação, os horários deveriam ser repartidos igualmente entre os candidatos a prefeito, por exemplo, não importando quão grande fosse o número de partidos que o apoiassem. Por fim, o voto obrigatório deveria ser banido. Só o fato de ninguém ser obrigado a votar já derrubaria por terra qualquer possibilidade de as pesquisas influenciarem tão diretamente como fazem hoje.

Não tenham dúvidas: aqui no Brasil, se alguém quiser, deliberadamente favorecer um candidato, basta conseguir a cumplicidade de algum instituto de pesquisa. Não estou insinuando que isso tenha ocorrido, de fato, mas apenas mostrando que, as pesquisas, em geral são muito nocivas ao princípio democrático que prega igualdade entre as partes na busca de um objetivo.


Em cima do muro

Em razão dos comentários que faço nesta coluna, de vez em quando recebo algumas observações de meus leitores. A maioria diz que gosta do meu estilo – meus leitores têm sido muito legais comigo – e, outros, claro, fazem algumas críticas.

Do mesmo modo como agradeço a demonstração de apreço de uns, também sei respeitar as críticas de outros. O importante é que participem e dêem sua contribuição. Esta semana um de meus leitores disse que eu não deveria ficar em cima do muro. Em resposta a esse amigo, devo um esclarecimento: o termo em cima do muro deve ser aplicado àqueles políticos que, precisando posicionar-se em relação a algum assunto, ficam titubeando e não demonstram firmeza em suas ações.

Com relação a eleitores, independentemente deles serem jornalistas, médicos, agricultores, etc, o fato de não quererem dizer abertamente em quem vão votar não é ficar em cima do muro. O meu partido tem candidato próprio, é claro que é nele que vou votar. Tenho certeza de que as pessoas éticas do PMDB, PT, PSDB, PSB, PSDC, PV, PQCPNVFT, fariam o mesmo. Ou seja, quem tem compromisso com a ética partidária sabe que um dos pilares da democracia é: “se pertencemos a um grupo, a decisão acordada em assembléia deve ser respeitada por todos”.


Comportamento estranho

Por falar em fidelidade partidária, e em respeito aos princípios que norteiam a democracia, é bom que se diga que em vários partidos – infelizmente – existe gente que muda de lado conforme as pesquisas eleitorais. Fiquei sabendo está semana de gente do PSB, do PMDB, do PSDC e de outros “pês” que está apoiando candidatos majoritários de outras coligações. Essa prática acontece não apenas entre os filiados, mas também entre membros de diretório e – pasmem – até candidatos a vereadores. Mas cada um faz o que julga correto e o povo, na hora de votar, é quem vai decidir quem é merecedor de sua confiança.





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Clarim da Amazônia