E-mail enviado ao gerente do Banco do Brasil de Vilhena

*Dejanir Haverroth
Caro gerente Paulo Wagner Damasceno. Quero, nessa oportunidade em que encerro a conta de minha empresa no Banco do Brasil de Vilhena, agradecer pelas diversas vezes em que fui humilhado nas tentativas de fazer a atualização do cadastro de pessoa jurídica. O que eu pensava ser ruim transformou-se em possibilidades para mim e minha empresa.

Quando a Julia Nardini me disse que o BB não tinha interesse em manter esse tipo de cliente jurídico (que faz movimentos simples, sem usar limites ou cheques especiais), caí na real. Acordei para ver outras possibilidades e encontrei. Encontrei o ITAÙ e o HSBC com suas facilidades, tarifas baixas e atendimento rápido. Vi que as filas do Bradesco existem porque eles atendem bem os clientes. A Caixa Econômica atende com humildade os pobres dos programas sociais do Governo Federal e também os grandes investidores. Descobri que em Vilhena existem bancos formados por empresários locais, através de cooperativas, e que valorizam a todos os clientes.

Quando você me atendeu dizendo que ia resolver a situação, esqueci-me do corporativismo barato praticado por esses tipos de departamento público. Que bom que você me decepcionou, assim não corro mais riscos de acreditar em contos de fadas e papai Noel. Três semanas se passaram e não consigo sequer sacar o dinheiro que tenho na minha conta e não consigo movimentar por incompetência do banco. Foi bom, assim não gastei nada.

Sobre os prejuízos morais e financeiros que tive por conta desse transtorno, eu me perdôo. Nem vou falar do quão burocrático e complicado é esse banco e nem que trata-se de uma autarquia pública/privada ou que uma considerável parte de seus funcionários se comportam como funcionários públicos com mentalidade do século passado – concursados, estáveis, corporativistas e acima do bem e do mal. Cheguei a registrar ocorrência na polícia, contratar advogado para processar o banco, mas reconsiderei tudo. Foi uma grande experiência e, afinal, eu cresci com isso.

Peço desculpas por ter perdido minha paciência depois de tantos transtornos. Eu deveria ler mais o livro de Jó. Talvez Ele pudesse me fazer ter paciência e fé, que não tive o suficiente. Todo o transtorno causado a mim e minha empresa pelo Banco do Brasil é motivo de comemoração, porque nos proporcionou momentos únicos de reflexão. Eu e meus filhos assistimos juntos o filme “O Segredo”, para superarmos o trauma. Baixei artigos da internet, reli alguns livros de auto-ajuda. Usei o Banco para exemplificar tudo o que meus filhos e os demais funcionários NÃO DEVEM FAZER COM OS CLIENTES DA EMPRESA.

Só depois de ser humilhado por vocês é que descobri que minha empresa pagava as tarifas mais altas do mercado para ser mal atendida. Só então percebi quanto tempo eu perdi com um banco que não me quer. Que não quer os brasileiros da classe que mais gera emprego nesse país. Quer apenas os grandes investidores. Quer apenas gerenciar recursos do governo Federal para crédito Rural Imobiliário e sugar boa parte dele. (Grande parte dos recursos destinados ao fomento não chegam ao seu destino). Eu era um ingênuo, achava que o Banco do Brasil era do BRASIL.

E-mail enviado para Paulo Wagner Damasceno, gerente da agência de Vilhena do Banco do Brasil (paulowag@bb.com.br) - terça-feira, 30 de novembro de 2010.


Dejanir Haverroth é jornalista e representa a empresa Comunicare Organizações Ltda

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