PAPUDISKINA - Perigo no ar nessas eleições!

Apesar de todas as mudanças promovidas ao longo dos anos, que nos deram uma sensação de que vivemos em um país democrático, a verdade é que ainda conservamos resquícios de autoritarismo em todas as esferas do poder e nada melhor do que o processo eleitoral para vermos o quanto nós, servidores públicos, estamos suscetíveis a perseguições veladas ou subliminares. Mesmo assim, temos de manter conosco a fé inabalável de que dias melhores virão e que seremos verdadeiramente livres para fazermos nossas escolhas de acordo com nossas consciências.

Hoje a face mais descarada da opressão, principalmente em período eleitoral, é o assédio moral. Essa forma de perseguição cresceu a tal ponto que, aos poucos, alguns legisladores mais conscientes começam, ainda que timidamente, a criar algumas leis para coibir esse tipo de abusos. Mas ao contrário de outras formas de perseguições clássicas e diretas, onde as provas são claras, o assédio moral é mais difícil de ser provado. Embora haja uma tênue separação entre assédio moral e discriminação racial, religiosa ou de gênero, os danos causados se assemelham e levam a vítima ao estresse, perda de auto-estima, sensação de medo e impotência.

Caça ao voto
Os candidatos buscam, desesperadamente, votos que lhes assegurem a conquista de seus objetivos em 05 de outubro e muitos estão desrespeitando a lei fragorosamente. As reuniões em residências e estabelecimentos comerciais podem até ser legais, mas desde que os candidatos estejam resignados a mostrarem o seu plano de governo. Mas é preciso ter o cuidado especial para não constranger o eleitor e nunca expô-lo a situações vexatórias. Imaginem a situação de um patrão que apóie determinado candidato e o convoque para uma reunião em seu estabelecimento. Lá chegando, esse candidato começa a distribuir material de campanha. É natural que o funcionário, ao não querer aceitar o material, fique com a sensação de que será retaliado pelo patrão. Aliás, sensação que muitas vezes se concretiza e nós temos muitos precedentes em Cacoal. Por isso, como eleitor, minha sugestão é que a justiça eleitoral proíba qualquer tipo de panfletagem em estabelecimentos particulares ou públicos.

Pinturas em muros
Apesar de todos os “poréns”, a lei que proíbe a pintura de muros e paredes em Cacoal trouxe um benefício enorme à nossa sociedade, em vários aspectos. O primeiro resultado é o estético. Mas o resultado mais importante foi o de evitar o constrangimento de eleitores que, tendo o patrão como candidato, eram praticamente obrigados ou constrangidos a pintar o nome desses cidadãos em seus muros. Os bons patrões sempre contarão com os votos de seus funcionários, mas há alguns patrões que só lembram que seus empregados são seres humanos quando entram em uma disputa eleitoral.

Candidatos descontentes
Tem muita gente boa disputando essas eleições e que merecem o nosso respaldo. Tanto que estou bastante chateado com alguns partidos políticos que, no afã de garantir vagas na Câmara de Vereadores, começam a privilegiar alguns nomes em detrimento dos outros. Os líderes partidários, individualmente, vão escolher o vereador de sua preferência e isso é natural. O que não é justo é que favoreçam um ou mais candidato em prejuízo dos demais.
O partido que aposta todas as fichas em apenas um ou dois candidatos pode deixar todos os demais descontentes e desestimulados. Quanto menos candidatos estiverem motivados, menos vagas o partido irá conquistar. Só tem um jeito de todos estarem motivados: é a sensação de que têm chances reais de conquistarem uma vaga. Digo isto porque tenho amigo nas três coligações majoritárias e todos os dias encontro candidatos que se mostram desanimados, cabisbaixos e argumentando que estão com a sensação de que todos os seus esforços servirão apenas para eleger candidatos protegidos pela cúpula partidária.

Exemplo do PSDB, PSOL e PSB
Se por um lado temos péssimos exemplos em Cacoal em que segmentos partidários pedem voto exclusivamente para um determinado candidato ou candidata, por outro lado também sou testemunha de alguns dirigentes que estão motivando os seus candidatos com reuniões e mensagens positivas enviadas por telefone, email, SMS, etc. No PSB, no PSOL e no PSDB, pelo que tenho percebido, todos os candidatos têm o mesmo respaldo e não existe nenhum protegido em suas fileiras.

Neste ano os partidos que vão fazer o maior número de eleitores serão aqueles que conseguirem manter o maior número de candidatos motivados. Não adianta o partido se gabar de ter gente graúda em suas fileiras se não souber motivar a todos os demais concorrentes. É por isso que partidos menores muitas vezes acabam tomando vagas de “figurões” da política. Meu conselho aos caciques políticos é este: “valorizem todos os candidatos, mesmo aqueles que aparentemente são os que menos chances têm de ser eleitos, pois é dos tais que vocês vão precisar na contagem final dos votos. Pensem bem: um candidato desmotivado pode custar a perda de uma ou mais vagas na composição da futura Câmara de Vereadores.

Olimpiadas (sem acento agudo)
O Brasil continua sendo motivo de piada nos jogos Olímpicos e alguns jornalistas costumam fazer um verdadeiro estardalhaço por meia dúzia de medalhas, quase todas de bronze, como se fôssemos uma potência do desporto mundial. Se o nosso país ficasse entre os 10 melhores do mundo já seria motivo de preocupações e indicaria a necessidade de mais investimentos para conquistarmos uma melhor posição no ranking. O que dizer então de ficarmos apenas entre os 40 melhores? Estamos acostumados a desprezar as estatísticas e por isso nos julgamos a pátria das chuteiras, por exemplo. Vibramos com a nossa supremacia no futebol sobre países como Paraguai e Uruguai - apesar de algumas derrotas que esses países nos impõem - e nos esquecemos de que eles, sim, são as verdadeiras potências da América do Sul porque com menos de 5 ou 6 milhões de habitantes conseguem ganhar de um gigante que tem quase 200 milhões de pessoas.

Não quero desmerecer os cinco títulos mundiais que temos no futebol e nem as muitas vitórias no voleibol ou no basquetebol. Claro que temos orgulho de nosso país. Mas é preciso que tenhamos consciência de que precisamos muito mais do que títulos sul-americanos ou algumas conquistas olímpicas ou em super-ligas. Acho que está na hora do Governo Federal, os governos estaduais e municipais levarem a sério a necessidade de investimentos em diversas modalidades de esporte. Muito mais do que o sabor de vitórias no esporte, o que está em jogo também é o orgulho nacional, o desejo de mostrar o nosso valor como nação soberana e a caminho de pleno desenvolvimento.

Parece piada, mas nesses jogos olímpicos de Beijing (ou Pequim como querem os tradicionalistas), nossa maior emoção é vermos os atletas da Jamaica desfilarem, orgulhosos, com seus uniformes com cores que se assemelham às cores de nossa bandeira (o verde e amarelo).

A falta de heróis, inclusive, nos leva a venerar os heróis americanos como Michael Phelps (natação), May e Wash (Vôlei de Praia), Kobe Bryant (no basquetebol), Shawn Johnson (na ginástica), etc. A que ponto chegamos? Venerar os gringos já é demais. Nada contra eles e tudo ao mesmo tempo. Os Estados Unidos oprimem o mundo, mas anestesiam a todos nós com os super heróis que produzem nos esportes, nas artes e no cinema....

China e Pequim são invenções latinas
Os europeus, em suas incursões pelo extremo oriente, depararam-se com uma cultura totalmente estranha e um povo com um idioma bastante peculiar. Não conseguindo compreender a fala desse povo, logo deram um nome a esse país, China. A verdade é que esse nome não existe naquela região. O povo a quem chamamos de chineses conhece o seu país pelo nome de ZHONGUÓ e sua capital é BEIJING. Mas nós, em vez de apenas aproximarmos esses nomes para um fonema mais fácil de pronunciar, criarmos outros nomes. Menos mal que a palavra China é muito mais bonita do que Zhonguó. Mas pelo menos o nome da capital desse país a gente deveria mantê-lo como Beijing, que é muito mais poético do que Pequim.

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Clarim da Amazônia